Eu sempre escrevi muito sobre as coisas todas. Desde contos imaginários, até sobre o que acontecia, sobre como eu me sentia, como pensava, como entendia ou deixava de entender a vida. Não é a toa que precisei de um lugar para isso, e ás vezes, é de fato engraçado ler sobre o que passou e nem se quer lembrar que eu já me senti assim. Talvez seja isso, talvez mais que para por pra fora, a gente escreva pra não se esquecer. Eu não gosto mesmo de falar sobre fraquezas com ninguém e isso acontece porque acho meus motivos banais demais para o entendimento alheio. Não é como se eu não soubesse o que é uma dor de verdade, pois por Deus, como eu sei. Mas ainda assim, não faz as minhas pequenas imensas dores serem menores. E parece que eu vou hiperventilar. E não, eu não tenho dúvidas de que num futuro que nem precisa ser muito a frente eu vou ler isso me sentindo patética, mas esse é o meu agora e ele me machuca tanto, que eu juro que queria não escrever sobre e que deixo sim de escrever muitas coisas pra não precisar admiti-las nem pra mim mesma, mas é o silêncio que eu tanto admiro o mesmo que me faz sentir estupidamente tola. O silêncio que cala, consente e faz de mim uma pessoa fraca, simplesmente. Achei que tinha deixado de lado a mania de querer entender tudo que foge da minha compreensão mas percebo da pior forma que não. Realmente não sei o que acontece. Se a gente subestima a benevolência dos deuses, se a questão é pedir demais e oferecer de menos, se alguns pedidos não merecem ser atendidos. O fato é que os meus não são. Eu definitivamente passei esse ano inteiro escrevendo sobre aceitação. Sobre finais, mudanças e novos caminhos. E agora eu simplesmente não consigo aceitar tudo que acreditei ter feito parte do meu pseudo processo evolutivo. Finitos de infinidade que são finitamente infindáveis. Momentos que passam, mas que não se acabam em si. O tempo leva tudo. Tudo. O que você quer e o que não. E só você olhar ao redor. E quer saber, sim, crescer é uma merda. A gente vira um saco ainda maior de complicações, de reflexões que não te levam à porra de lugar algum. De rancores e ressentimentos, de coisas que a gente não consegue perdoar por mais que queira muito. Mas nem se quer dá pra escrever algo que faça sentido. Não vai dar nem pra ter um título com coerência, porque isso é sobre tantas coisas juntas. Esse é um problema tão estrondoso na minha mente, o ligamento inexistente que eu faço sobre tudo dentro da cabeça. É um paralelismo que não permite linhas tortas ou entrecortadas. É como arrumar a minha bagunça. Como se eu construísse um edifício feito por cada uma das coisas que eu acredito, constituído pelas pessoas que eu gosto, principalmente, formado pelos meus aprendizados, por tudo que eu absorvo, mas também pelas minhas cicatrizes, meu traumas, minhas dores, tudo faz parte e se completa sustentando ele de pé numa zona de conforto que não pode existir porque quando alguma parte dessa base que eu não tenho o menor controle sai dos trilhos, o prédio desaba inteiro e eu viro pó.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Time after time
Rios que seguem o curso natural de seu leito fluem. Mas também transbordam, enchem, transpassam as suas margens e arrasam os seus arredores. Aliás, poderosos os rios justamente porque fluem, seguem seu caminho em direção ao mar, sempre. Seguem serenos ou impiedosos, mas indiscutivelmente seguem. Algumas vezes, os rios, diante das barreiras instrasponíveis em seus caminhos mudam de curso, outras vezes, se necessário, bifurcam-se. Separados seguem seus caminhos, assim em dois ao invés de um. E desaguam suas águas na vasta imensidão do mar.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
The end
"As coisas acabam, é simples. Você pode ignorar, mas elas acabam. É a mesma coisa que você fingir que aquela coca no fundo da geladeira significa que você ainda tem o que beber, que ainda tem aquele restinho e você não precisa ir ao mercado. Mas a verdade, é que o gás acabou faz tempo e aquilo tá lá só por comodidade. É muito triste ser decepcionada por aquela pessoa que proporcionou os momentos mais incríveis da sua vida até aqui, mas é muito mais fácil se decepcionar do que dizer acabou olhando nos olhos."
- CDA
Fusão
Eu costumo gostar de pessoas que se assemelham nos mesmos aspectos e isso sempre foi uma coisa irritante de se perceber. Esse ano, num acaso um tanto quanto improvável, eu conheci uma menina totalmente diferente de todos os meus padrões. Eu sempre faço um puta esforço para ler as entrelinhas das pessoas, para entender o significado daquele A que me soa como B, daquele sorriso que não condiz com a situação em questão. Mas sobre ela, não. Não tem muito o que decifrar. É isso e pronto. O A quer dizer A, o B quer dizer B, e ela não tem problema nenhum com o que as pessoas vão achar. Nas situações incoerentes, ela simplesmente, não sorri. E mais, franze o nariz, revira os olhos. Assim mesmo, transparente. Eu costumo gostar de pessoas que guardam as suas feridas tão cuidadosamente escondidas que se você não vasculhar muito bem entre os escombros, nunca vai perceber que existiram. Mas ela, não. As dores são expostas, ta doendo aqui e dói ali, por isso, isso e isso. Não tem problema em dizer. Eu costumo gostar de pessoas que fazem com que eu me questione o porque de gostar tanto, porque procuro motivos e parece que eles nem existem. Mas ela, não. Há tantos motivos, reais e enumerados, bonitos e concretos. Eu costumo gostar de pessoas que tem atitudes duvidosas, sim, que você para, olha, tenta entender e pensa: "por que?". Mas ela, não. Os porquês sempre estiveram muito escritos para quem quisesse ver. Eu costumo gostar de pessoas que tem o olhar impossível de se interpretar. Que nem o mar, nunca dá pra saber se é uma maré calma ou se vem uma onda tão forte que vai destruir tudo que vê pela frente. Mas ela, não. Você olha nos olhos dela e vê tudo que tem ali. Você simplesmente sabe, é unânime. Eu costumo gostar de pessoas que tem medo de sentir e se escondem. Mas ela não, ela se joga e grita. Uhum, pro mundo todo saber. Eu costumo gostar de pessoas perdidas, que parecem não fazer a menor ideia de onde ir ou como chegar. Mas ela, não. Ela conhece muito bem os caminhos e desenha pacientemente cada trilha. Eu costumo gostar de pessoas que se parecem comigo. Mas ela, não. Não tem nada a ver. Ela é na verdade muito do que eu quero ser um dia. Da coragem que eu quero ter. Eu costumo gostar de pessoas que vão embora. Sempre. Seja por medo, conforto ou fuga. Elas só se vão. Mas ela, ela foi também. Eu costumo gostar de pessoas que se assemelham nos mesmos aspectos e isso sempre foi uma coisa irritante de se perceber.
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
It's not that we're scared
And why do you sing Hallelujah
If it means nothing to you
Why do you sing with me at all?
If it means nothing to you
Why do you sing with me at all?
Saudade infindável
(...) do que eu não tive, do que eu nunca soube, do que eu nunca perguntei e ele nunca falou. Eu sinto falta de saber o que ele pensava de verdade sobre as coisas. Sobre mim. Eu gostaria de saber o que ele me diria, o que ele acharia certo ou errado, o que ele esperaria que eu fizesse. Coisas desse tipo. É que ele falava muito pouco, acho que era pra não correr o risco de contrariar a minha mãe. Porque ele era gentil demais para isso, ele era a pessoa mais gentil que eu já conheci."
domingo, 11 de dezembro de 2016
GO!
Eu sempre, sempre mesmo, tive essa mania insuportavelmente chata de proteção. Hoje, realmente acho que entendo mais sobre o tempo e compreendo melhor os advérbios, então arriscaria dizer que nesse momento, você é a parte mais bem guardada pela minha redoma de vidro imaginária. E isso nem tem mais a ver com querer silenciar o mundo apenas para que ele não te machuque, agora soa mais parecido com uma guerra interna que grita silenciosamente. Porque tem dias que eu sinto seus olhos tão tristes que eu quero qualquer coisa, até que você os feche se for preciso, menos que os deixe abertos dessa forma tão angustiante. A vida, de fato, está em constante mudança e a certeza menos ingênua que podemos ter é a de que tudo vai mudar, mesmo que a gente lute incansavelmente contra isso. Talvez mude depois de quatro anos, talvez seja em um, outras em um mês, um dia, um minuto... Um instante despercebido. E às vezes isso parece tão doloroso, tão difícil de se entender, ou tão compreensível, mas não menos torturante. Sim, é sobre perder e ganhar, é sobre uma equação que nem sempre vai ter resposta. É sobre crescimento. Eu juro que é. Sobre ver o mundo com novos olhos, sobre perdoar os outros, sobre se perdoar, sobre aceitar os finais, ou o tempo que as pessoas eventualmente precisem. Isso é sobre saber o valor que você tem, dentro de um grupo e dentro de si mesma, pro mundo e pra você. É sobre manter a sua consciência limpa e ser fiel ao que você acredita, sabe? É sobre entender que as coisas acabam... E ir. Pode ir. Eu tenho uma resistência tremenda quanto a hipótese de que você vá, mas há instantes, como agora, que eu deixo até o meu egoísmo de lado e só quero te dizer: por favor, vai. Porque a dor, seja ela qualquer for, não é castigo, sweetie. É só mais um momento. E ele não combina com você.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
No way
Hoje eu tive que deixar um pouco dos meus conflitos internos de lado, pra falar dos conflitos mundiais. Ou quem sabe unir ambos, em um tipo de conflito só.
E não, eu não sou nenhuma espécie de comunista ou militante de esquerda. Na realidade, desde que me interesso por política, me identifico muito mais com as posições da direita, economicamente falando. E sei, que essa é uma informação completamente nula, tendo em vista que definitivamente, Donald Trump não representa a extrema direita americana e nem Hilary, a esquerda. Eu queria que as pessoas entendessem que o mundo e os problemas sociais, políticos e humanitários ao redor dele, não são divididos entre direita e esquerda. E sim, eu li livros de história. Sim, eu sei quem é Che Guevara e me apavora viver em um mundo onde o acham revolucionário ou herói, em nome de uma ideologia. Sim, eu fui a favor do impeachment, e não, eu não posto Fora Temer nas redes sociais. Não, eu não acho que seja o fim dos Estados Unidos, ou que vem aí um substituto de Hitler. Mas sim, eu perco a fé, nas pessoas. Eu sento e não consigo esperar por um resultado diferente no Brasil em 2018. E eu sinto uma profunda dor filantrópica. Sinto meu cérebro se comprimir, porque eu sou uma pessoa que precisa entender as coisas constantemente e não vou entender um estado como a Flórida, onde há o maior número de latinos dos EUA, elegerem um candidato... que odeia latinos. Um presidente que define imigrantes como narcotraficantes, criminosos e estupradores; que apresenta como solução construir um muro e forçar o México a financiá-lo. Eu não vou entender uma sociedade que compactua com o ódio. E nem por osmose eu adquiriria a capacidade de compreender que sim, milhares de pessoas concordam com o discurso ofensivo de quem escolheram como representante máximo. Porque isso diz muito sobre o que elas pensam sobre si mesmas e sobre as outras. Sobre quem elas são, diante da vida. E eu só não queria viver em um mundo onde descubro que as pessoas são assim.
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