quarta-feira, 21 de março de 2012

Dêsha Tati Bernardi falar por mim.

“Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês mas o tempo todo penso “I don’t care”. Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Agora, não quero mais nada. De verdade. Não vejo o que é feio e o que é bonito. Não ligo se a faca tirar uma lasca do meu dedo na hora de cortar a maça. Não ligo pra dor. Pro sangue. Pro desfecho da novela. Se o trânsito parou, não buzino. Se o brinco foi pelo ralo, foda-se. Deixa assim. A vida é assim. Não brigo mais. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. Eu quero não sentir. Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care.”

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Queria ficar menos tempo na internet, juro. Não que eu não goste, pelo contrário, é só que eu não lembro de muita coisa. Quer dizer, lembro que eu acordo e posto "bom dia" no twitter, depois tudo voa, me pego dando um tchau apressado porque já é quase meia noite, tenho aula no dia seguinte e meu cabelo está um desastre. Queria mudar isso, acho. Já fiz até uma listinha de rotina, juro. Só não consegui "vivê-la". Acho que faço demais pelos outros e de menos por mim. Sou altruísta. Felicidade alheia, só a felicidade de quem amo é capaz de me fazer feliz, louco demais. Não devia ser assim. Eu não gostaria que fosse. Não mais. Parece texto de revolta, mas não, e não é um desabafo. Não pelo motivo que parece ser. Queria ficar menos tempo na internet e viver mais, como antes. Não estou incomodada com minha forma exagerada, louca e obssessiva de amar. É. Acho que é isso. Enfim, não consigo mais formular idéias e organizá-las em um texto com sentido. Grave.

Molho de saudade e cobertura de amor.

Hoje em especial, senti mais saudades do que o normal. Não sinto mais com dor, quer dizer, não com tanta, consigo lembrar e sorrir e não necessariamente chorar e implorar ajuda dos céus pra conseguir parar. Saudades do meu herói, daquele que me ensinou a jogar "O Jogo do Contente", cantar Faroeste Caboclo, fazer panqueca e ter paciência com a minha mãe. De tudo só não aprendi o último (mentira, as vezes ainda erro a letra de Faroeste Caboclo). Falei isso pra um amigo meu que achou macabro, mas mesmo depois da morte, uma das pessoa mais presentes na minha vida é o meu pai. É. Ele é. Ele faz. Ele gosta. Odeio que usem o passado pra se referir, não é necessário. Tem mais a ver com como a gente sente, a verdade é só que tem gente que não sabe sentir direito. E a vida, ah, essa me forçou á tanta coisa, desde sempre, que aprender foi consequência.

terça-feira, 6 de março de 2012

Você já deveria saber.

Sumi demais, enfim, tanta coisa acontecendo, tudo ao mesmo tempo, hoje precisava vir aqui, compartilhar isso, por tudo pra fora, pra ter aquela sensação de que daqui há um tempo vou reler as coisas que escrevi no ápice desses momentos e talvez rir ou pensar "mentira, que eu me sentia assim" "putz, essa época foi foda", não sei o que mais me aflige hoje, só sei que fácil não tá. É difícil quando alguém que você ama está com problemas, e mais ainda quando esse alguém tem que "esconder" isso das pessoas e só sorrir, pior ainda quando a única coisa que você pode fazer para ajudar é ir contra a sua própria opinião, abaixar a cabeça pros absurdos que vê e lê, se ver perdido dentro da manipulação mental de terceiros, se calar e colaborar com a mentira, não são atitudes que eu me vi tendo um dia, mas não foi eu quem disse, tá na bíblia, quem ama tudo espera, tudo suporta :) Pra completar, voltou tudo, tudo de novo, as velhas borboletas no estômago, a raiva desnecessária ao ver alguém respirar há menos de meio metro de tal pessoa, não sei por que sou assim, queria mudar isso em mim, odeio sentir isso, mas amo estar assim, amo não conseguir me controlar e ter aquele encontro de olhares e sorrisos envergonhados, mesmo sabendo que é mais fácil cortar o 'mal' pela raíz e que o máximo que tudo isso vai me trazer, são inúmeros textos de desabafo aqui, é isso que eu faço, me deixo levar e espero o dia de quebrar a cara novamente, como se nunca aprendesse.