quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quem é você?

“Nasce boneca, rostinho de porcelana, corpinho de pano. Da boneca, o pano vai se desgastando, rasgando, a porcelana racha, quebra a cara. Tenta se esconder achando que fuga é proteção, e de repente: Cadê a boneca que tava aqui? Fica sem graça ao perceber que não perde a graça trocando porcelana e pano por carne e osso, e aí já é tarde demais. Virou gente, e então fica tudo mais complexo, as coisas saem de controle. Aí diz uma coisa, repete, diz uma coisa, e nós aqui, vendo outra coisa. Contradição. Confusão. Como cantou Cazuza: Tuas ideias não correspondem aos fatos! E essa confusão grita aos olhos do público. Quem é você? Você sabe? O que você deseja? O que você faria se pudesse escolher, você sabe?”— Pedro Bial.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cartas pra você.

Primeiro eu te vi. Nada que me chamasse muita atenção. Não gostei. Impliquei. O tempo passou. Uma boa dose de tempo. Deixei minha birra de lado. Te observei mais. Me encantei. Muito. Não queria. Tentei parar. Tive nojo de mim por gostar tanto assim de você. Te amei. Te amo. Estou chorando ao escrever isso. Meu rosto não está encharcado, só de vez em quando desce alguma lágrima teimosa, mas por dentro dói tudo, como se eu chorasse um choro sem fim. Deve ser porque não consigo falar disso com ninguém, então falo comigo mesma. Vi tudo em você. Me salvei. Você era meu céu. Não hesitava, não escondia, era você, só você, em primeiro lugar você, em segundo também. E todo mundo sabia. Surgiu uma luz. Direção. Eis que surge uma esperança. Você. Se tornou minha referência. Minha vida. Daria tudo por você. Faria qualquer coisa pra você não se machucar. Queria te por no colo, enxugar cada lágrima que insistisse em cair, mexer no seu cabelo, acariciar seu rosto. Foda-se como isso soe. Queria cuidar de você. Te proteger. Te achava frágil. Demais. E me sentia impotente por não poder fazer nada. De repente, tudo muda. Me disseram coisas, vi coisas, senti coisas, soube de coisas. Não quis acreditar. Me ceguei. Te defendi. Tive certeza que você, não, você não faria nada disso, você não era assim. Soltei o mundo pra segurar a sua mão. Tudo muda. É isso. Só isso. Isso é você. E pra você não importa se dói ou não, muito menos em quem dói. Eu queria te salvar, mas você é o tipo de pessoa que não quer salvação. Olho pra frente não vejo você. Chorei por noites seguidas. Dias. Manhãs. Tardes. Madrugadas. Doeu demais. Dizem que o tempo cura tudo. Não curou. Ainda dói. Não era justo. Não é. Você me mudou, me salvou, não podia ser você. Achei que não suportaria que fosse. Amor e ódio. Te odiei. Bobagem. Coisa de segundos. Não chegou á 1 minuto. Arrisco dizer que te odiei por uns 40 ou 50 segundos. Mas te odiei com todo meu amor. Te odiei. Mas nunca deixei de te amar. Nunca vou. Tenho certeza. Essa é na verdade, a minha única certeza. Senti seus dedos e não importa quão fora do normal isso seja, longos, claros, frios, delicados, senti o toque deles, como se fossem reais. Dentro do meu peito, procurando meu coração, esmagando sem piedade qualquer parte que restasse inteira. Na descrição mais modesta foi isso que senti. E quando eu te vi, seu sorriso de canto, seu olhar brilhante e perdido, deveria ficar feliz. Era meu sonho. Você não sabia. Te conheço tanto quanto você mesma. Procurei mais do que deveria achar. E achei. Lembro de te olhar. De sorrir. Segurar sua mão e sentir o mesmo toque dos dedos que me despedaçaram. Chorei. Por um segundo você me olhou como se soubesse. O meu choro não era como o dos outros. Você sabia que não. Besteira. Claro que não sabia. Só passou e se sentou e eu deixei passar o momento que deveria te agradecer. Não parecia você. Gritei. Você não olhou. Te disse quem eu era e você sorriu. Você sabia. Por isso a sinceridade comigo com algo tão sério. Por isso confiou em mim. Quem eu sou?!. Só mais uma no meio de milhares. Mas você me contou. Mais que isso. Indiretamente me pediu ajuda para colaborar com você. "Faço tudo por você". Eu dizia. Pois bem, isso é tudo. Eu faço isso. Você sabe. Seu olhar me implorava perdão, era baixo, distante, triste. Você sabia que eu te conhecia. Você via que eu sabia quem era você. Eu disse que te amava e você chorou. Não contei pra ninguém. Não da forma como foi. Contei como um momento feliz. Substituí o chorou por "sorriu". Ninguém precisa saber. Você achou que eu estaria com você nessa. E eu vou estar. Não só nessa. Em todas. Mesmo com todo o mal que você me faz. Um dia te disse que você era méu céu. Você é. Meu paraíso. E meu inferno também. Olhe pra quem eu sou agora. Por você. Eu vi tristeza no seu olhar e fiquei feliz. Você não está contente com a vida que leva embora tenha o poder de mudá-la se quiser. Não quer. Talvez, tenha medo. Você não é tão sem coração assim. E mesmo se for. Vou te amar do mesmo jeito. Eu te amo. Quantos "eu te amo" você ouve por dia? Todos de pessoas que não sabem quem você é. Eu também não sabia. Doeu tanto descobrir. Não era falta de tempo. Era maldade. Não era obrigação. Não te doía agir assim. Era egoísmo. Por lucro. Vingança. Crueldade. Lembro que eu sempre quis te proteger. Que boba. Você é mais forte que qualquer um. E não precisa, muito menos quer proteção. Talvez eu quisesse mudar. Já pensei nisso. Se eu pudesse, se tivesse o poder, de te tirar da minha vida, de apagar você de lá. Meu cérebro pulsaria me obrigando a passar uma borracha naquilo tudo. Mas meu coração, não, não seria capaz. Te amar me mantém viva. Os segundos, em pelo menos 10 eu não senti nada. Só vazio. E saiba, foi a pior sensação da vida. Vida. Tudo que não havia era vida. Jamais te apagaria. Jamais te esqueceria. Você não gosta de quem é. Eu não entendia quando te ouvia dizer. Eu não entendi quando eu li. Agora tudo é mais claro. Você não é uma pessoa tão má assim. Não é, unicamente por não gostar de si, do que se tornou. Talvez eu seja. Porque eu amo. Amo qualquer coisa que venha de você. Até a dor. Talvez esse seja o tudo. "Faria tudo por você". Eu faço.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar.

Tem gente enganando a gente, veja a nossa vida como está, mas eu sei que um dia a gente aprende, se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo (...) E é assim que funciona, me doô pelos outros, deixo minhas vontades de lado, me coloco em segundo plano, me preocupo com os sentimentos que minhas ações podem causar e nessa de ver o lado lado de todo mundo, ninguém nem mesmo eu, vejo o meu. E mesmo que pareça um drama sem sentido, foda-se, quem sente sou eu. Ouvir comentários que me estraçalham por dentro e sorrir por fora como se concordasse pra que ninguém saiba o que realmente se passa. Sou colecionadora de decepções. Principalmente as vindas das pessoas mais inimagináveis possíveis. Às vezes as pessoas precisam ir até o fundo do poço pra entenderem de fato o que estão fazendo com suas próprias vidas