quarta-feira, 20 de abril de 2016

Somos um disco do Nirvana de 20 anos atrás.

A primeira vez que você me perguntou se me fazia mais mal do que bem, eu não soube te responder, também. Tenho mesmo esse problema de ser intensa além da conta. De ter as pessoas como caos e como cais, de não sentir nada ou sentir demais. E quase sempre, eu volto pra casa cansada de tentar te legendar. Saturada de ouvir você gritar. Nunca fiz questão de esconder. Todas as vezes, te deixo saber. Mas isso foi ontem. E quando você consegue se acalmar, vira morfina pura. Nem parece ser uma menina tão dura. Hoje o meu remédio foi te re-encontrar. Seus olhos cansados se apertando devagarinho enquanto você sorri, foram a única coisa forte o suficiente para afrouxar um pouco dos nós da minha garganta, que de tão presos faltavam me sufocar. Hoje eu nem precisei falar nada pra você entender. E trançar o meu cabelo, ainda que não leve o menor jeito para esse tipo de coisa e ele não seja tão comprido quanto o seu. Mas você soube dizer que era só pra prender a tristeza e depois soltar. Fiquei tão feliz que aprendeu. E pude respirar saudade, no seu abraço desesperado, apertado e gelado, "brigada por voltar..." Você sabe, que eu sempre vou voltar. A resposta é que hoje você me fez mais bem, do que ninguém. E o que é o tempo, se não um aglomerado de hojes no mundo de alguém? 

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