quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

"Reflections of a skyline."

E eu ainda quero brincar de esconde-esconde. Te emprestar minhas roupas, vestir suas camisas. Dizer que amo seus sapatos e calçar eles mesmo que sejam muito maiores que os meus pés. E sentar na cama enquanto você toma banho. E massagear o seu pescoço e desembaraçar entre os dedos o seu cabelo molhado. E beijar o seu rosto fundo, segurar sua mão e sair p’ra andar. Não ligar quando você comer minha comida, e na verdade, insistir pra você sempre comer a minha comida. E te encontrar numa lanchonete no seu dia de folga p’ra falar sobre o dia. Falar sobre o seu dia e rir da sua, sua sempre paranóia. E te dar fitas que você não ouve, ouvir as suas músicas, que eu não ouço, ver filmes ótimos, ver filmes horríveis. E te contar sobre o programa de TV que assisti na noite anterior e não rir das suas piadas. E ouvir o seu sotaque pra falar outro idioma e me contar sobre coisas que eu nunca pensei em saber. Te querer quando acordo, mas deixar você dormir mais um pouco. Te dizer o quanto adoro seus olhos, seus lábios, seu pescoço, seu cabelo fininho. Sentar na calçada, pensando, até seus vizinhos chegarem em casa, sentar na calçada, pensando, até você chegar em casa. Me preocupar quando você se atrasa, e me surpreender quando você chega cedo. E te dar girassóis, mesmo que a gente odeie flores e ir às festas dos seus amigos e dançar. Me arrepender quando estou errada e ficar feliz quando você me perdoa. Ouvir que sempre estou errada, mas dar risada. Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre. Ouvir sua voz rouca no meu ouvido, sentir sua pele na minha pele, e ficar assustada quando você se irrita. Apesar de você sempre se irritar. E dizer que você tem tudo, tudo que eu quero pra mim. E te abraçar quando você estiver em desespero. E tentar solucionar os problemas que só você vê. Responder as perguntas que ninguém fez, mas que você quer tanto saber. E te querer quando te cheiro. E te irritar quando te toco. E choramingar quando estou ao seu lado. E choramingar quando não estou. Debruçar-me no seu peito, te sufocar nas tardes de chuva e sentir frio quando você puxa o cobertor e sentir calor quando você não puxa. Me derreter quando você sorri, me desarmar quando você ri. Mas não entender como você pode achar que estou rejeitando você quando eu não estou te rejeitando, e pensar como você pôde pensar que eu te rejeitaria. Ando pela cidade pensando. É vazio sem você mas eu quero o que você quiser e penso. Estava me perdendo, mas te contaria o pior de mim e tentaria te dar o melhor de mim porque você não merece nada menos que isso. Responder suas perguntas quando prefiro não responder. E dizer a verdade mesmo que eu não queira. E tentar ser honesta porque sei que você prefere. Mesmo que doa. E achar que tudo acabou. Espera só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida. Esquecer quem eu sou. Tentar chegar mais perto de você, porque é lindo aprender a te conhecer e vale a pena o esforço. E falar espanhol muito mal pra você rir. E falar inglês pior ainda, pra você me ensinar. E fazer amor com você às três, quatro, cinco e seis da tarde. E de alguma forma, de alguma forma, de alguma forma, expressar um pouco desse esmagador e irritante, embaraçoso, interminável, excessivo, insuportável, sufocante, enriquecedor, ampliador, demente, progressivo e infindável sentimento que eu tenho por você. Por quem você é. E não pelas suas formas genéricas. Ao contrário do que você sempre achou. 

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